A história de uma mãe lutadora e de uma filha prematura guerreira



É com muito orgulho que através do meu Blogue posso ajudar muitas mães de crianças prematuras a terem todos os dias força para cada batalha diária. O AMOR supera e ajuda imenso! Esta história é de uma GRANDE AMIGA MÃE E MULHER!


Olá, a minha história como mãe de um prematuro começa aos 28 anos, quando decidimos, como casal, dar um/a mano/a ao nosso filho. Engravidei em Novembro, descobri que estava grávida em Janeiro, foi uma gravidez calma, soubemos ás 22 semanas que seria uma menina! que alegria, ficaríamos então com um casal, como sempre foi o nosso sonho, chamar-se-ia Salomé.

Até ás 26 semanas tudo foi calmo, até ao dia 19 de Maio de 2012, dia em que a minha vida, a minha maneira de pensar, viver, agir, tudo mudou.

Levantei-me tomei o pequeno almoço e assim que comia a minha bebé começava logo a mexer-se,( sempre foi muito mexida), pois é nesse dia comi, voltei a comer e nada, desesperada disse para o meu marido que não sentia a bebé, telefonei imediatamente para o meu médico que me disse para me dirigir de imediato às urgências, assim o fiz.

Cheguei à urgência ás 14.47 h, pensando no pior ( nem vale a pena dizer em que pensei), fui encaminhada à obstetrícia onde me fizeram uma ecografia, e já se ouvia um bater de coração muito fraco, só ouvi o médico a dizer para me prepararem porque a bebé teria de nascer, o chão fugiu-me debaixo dos pés naquele momento, eu estava apenas de 26 semanas e 4 dias!

Não me lembro de mais nada, sei que adormeci a chorar e acordei a chorar pelas 16.30 h perguntei de imediato pela ,minha filha, ao qual me responderam que tinha nascido de cesariana ás 15.17 h, com 900 gr e 33 cm e que estavam a reanimá-la. Reanimá-la??? pensei... como é possível uma gravidez tão calma iria ter um desfecho assim???

Tentei acalmar-me e acreditei sempre na força da minha filha.

Estiveram 3h a estabilizá-la para ser encaminhada para a Maternidade Alfredo da Costa, pois nasceu em Torres Vedras.

Eu fiquei no Hospital de Torres Vedras, enquanto a minha filha teria de ir para Lisboa, tantos quilómetros a dividirem-nos!! foram 3 dias de angústia, e só a podia ver através de fotografias que o meu marido lhe tirava de manhã e à tarde na minha visita me mostrava( meu marido foi o meu pilar), tantos tubos, tão pequenina era a minha princesa. Dia 22 tive alta, nem pensei duas vezes, Lisboa aqui vou eu, cheia de dores, é verdade, mas a dor maior permanecia no coração.

Chego à maternidade, cuidados intensivos, não queria acreditar no que via, uma realidade tão diferente do "nosso" mundo em que só se pensa em trabalhar, ganhar dinheiro, ganância, e para que serve tudo isso, se aqueles bebés estão ali a lutar minuto a minuto pela sua vida?? lá estava a minha princesa, com muitos tubos, a fazer fototerapia, com o género de uns óculos nos olhos, nem lhe conseguia ver a cara, uma luta diária ali começou, todas as horas havias novidades, umas melhores outras nem tanto, baixou de peso até ás 675gr.

Teve muitas complicações, desde infecções, pneumonias, aos 19 dias de vida foi submetida a uma cirurgia para fechar o canal que liga ao coração, fez 16 transfusões de sangue, e muitas outras coisas... foram dias de muitas incertezas, muita angústia, mas sempre, sempre acreditei na minha pequena, mas grande guerreira.

Com 69 dias de nascida, passou finalmente para os cuidados intermédios . Pensei já falta pouco para irmos para casa, enganei-me, ali estivemos por mais 32 dias, por fim era só para aprender a mamar na tetina, e como todos os dias estão a nascer bebés prematuros, tinha que ser transferida para o Hospital de Torres Vedras onde iria então aprender a mamar e onde estaria mais perto de nós. Foram mais 16 dias na UCERN, finalmente no dia 24 de Setembro de 2012 trouxemos a nossa guerreira para casa.

Até então fez um internamento de 9 dias com uma broncopneumonia e tem tido as doenças normais de um bebé nascido de termo. hoje sinto-me outra pessoa, encaro os problemas de uma outra maneira, pois sem saúde não somos nada.
Hoje com 3 anos é a alegria da família, é muito divertida, reguila, mas também muito meiga e com muita saúde.

A todos os profissionais de saúde nesta área um muito obrigado, pois sem vós não seria possível que estes bebés sobrevivessem.

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