5 competências que deve desenvolver com o seu filho de 4 anos

Não é segredo nenhum que todos os pais querem que os filhos tenham um futuro promissor e que acreditam que isso passa por um bom desempenho escolar. Como reflexo da competitividade existente, hoje em dia, no mundo laboral, os pais projectam os seus receios e frustrações na criança e, na expectativa de aumentar as probabilidades de criar adultos bem sucedidos, muitos caiem na rasteira de ensinar os seus filhos a ler ou a realizar estratégias de cálculo aos 4 anos, acabando por ficar esquecido o que realmente é importante que uma criança dessa idade aprenda. A pensar nesta questão, deixo aqui 5 competências que pode e deve trabalhar com o seu filho no pré-escolar, para que tenha uma entrada na escola tão confortável, tranquila e produtiva quanto possível.

 MOTRICIDADE FINA
A Motricidade fina é a capacidade de executar movimentos precisos das mãos e dedos com controlo e destreza. É uma das competências chave a ser desenvolvida desde tenra idade pois o seu desenvolvimento possibilita, à posteriori, bons resultados no desenvolvimento da aquisição da escrita.
Normalmente, aprender a escrever é associado a uma atividade mental, quando na realidade é uma atividade bastante física. O cérebro da criança pode perceber o conceito de escrita, mas se a motricidade fina não estiver suficientemente desenvolvida  terá muita dificuldade em desenhar as letras. Ensinar o seu filho a pegar corretamente numa caneta e fazer uso dela, pode dar uma vantagem significativa no inicio da escola.

Como trabalhar a motricidade fina?
Rasgar, recortar por uma linha, pintar sem sair dos riscos e fazer plasticina, são algumas das atividades que ajudam a desenvolver a motricidade fina. Quanto mais pequenos/curtos forem os movimentos, mais difícil será. Por isso, pode, por exemplo, pedir ao seu filho que faça um animal em plasticina. A seguir, a cama do animal, e depois a comida. O seu filho acabará por enrolar entre os dedos pequenas quantidades de plasticina aumentando com este exercício a destreza e os movimentos finos.

ESCUTA ACTIVA
Uma das coisas mais difíceis que as crianças precisam de aprender é como escutar ativamente, ou seja, saber estar a ouvir. Devido ao avanço da tecnologia, hoje em dia as crianças são muito impacientes, pois estão habituadas a ter respostas de acesso fácil e rápido às questões que lhes aparecem. Por isso, quando estão sentadas numa sala a “ter que” ouvir um professor a falar, não é fácil para elas. Há uma grande probabilidade que se desconcentrem ates de ouvir o fim à primeira frase e entrem no mundo da lua.  Os conceitos básicos para saber ouvir são fazer contato com os olhos, não interromper e usar perguntas para esclarecer informações.

Como trabalhar a escuta ativa?
O primeiro e mais importante passo é saber ouvi-los também. As crianças, especialmente em idade de crescimento imitam tudo o que os pais fazem. Por isso, se for dada à criança a devida atenção enquanto fala, também ela responderá da mesma maneira. Conversar com eles e habituá-los a trocar impressões sobre os vossos dias. Contar histórias, com o livro virado para a criança, e dar espaço a que façam perguntas para garantir que perceberam e ouviram todo o conto.

CRIATIVIDADE
Ser criativo não é só ser artista e fazer obras de arte. A criatividade tem a ver com a capacidade de conseguir interligar, saber relacionar conceitos. e gerar ideias novas e exprimir-se de uma fora original. É essencialmente, dar asas à imaginação e conseguir pensar fora da caixa. Estimular a criatividade nas crianças, é dar-lhes uma ferramenta valiosa para a vida.

Como estimular a criatividade?
Através da  brincadeira. Brincar ao faz de conta, em que a criança finge ser outra personagem qualquer, de preferência criada por ela, de forma a trabalhar melhor os detalhes da mesma e obrigando a um maior estímulo do imaginário. Imaginar cenários nas brincadeiras: “Agora aqui era a cozinha e esta era a mesa de refeições”. Utilizar acessórios e roupas para brincar, mascarar-se. Jogar à mímica.
Através do desenho. Brincar ao jogo “Acaba o desenho que comecei”, fazendo um rabisco aleatório que a criança tem de transformar num desenho; Fazer desenho livre, pinturas. Fazendo modelagem com plasticina ou barro. Criando os materiais que precisam em casa nomeadamente as plasticinas e tintas caseiras. Contar histórias e pedir-lhes que inventem um fim diferente. No fundo tudo o que se traduza em criação, originalidade, fantasia e imaginação será um bom mote para estimular esta competência.

CONCENTRAÇÃO
O excesso de estímulos a que as crianças estão sujeitas diariamente resultam numa fraca concentração para tudo o que requeira mais de 5 minutos parados a realizar uma tarefa. No entanto, desenvolver esta competência com peso e medida é não só uma mais valia a nível escolar, como a nível pessoal. Uma criança concentrada é mais calma, mais bem estruturada e capaz de aprender de forma fluída e sem grande esforço.

Como estimular a concentração?
Através de Jogos. Jogos com outras crianças, nomeadamente jogos de tabuleiro, que envolvam estratégias de raciocínio dão à criança a oportunidade de explorar o problema proposto de forma planeada, sistemática e ordenada. Puzzels, dominós e jogos de memória. Legos e jogos de construção. Jogos ao livre, nomeadamente o jogo da macaca, que não requer recursos quase nenhuns e exige coordenação motora, socialização, e ajuda no desenvolvimento de tolerância à frustração bem como, contato com limites e regras. Estes jogos ajudam a criança a agir de forma pensada e não impulsiva. Ouvir histórias ou um desporto de equipa são outras actividades que estimulam a concentração.

ORGANIZAÇÃO
Habituar uma criança a ser organizada desde muito cedo, trará não só benefícios a nível escolar como dará estabilidade emocional à criança. Porquê? Porque os nossos filhos sentem-se seguros na organização. As crianças gostam de saber o que vai acontecer a seguir. Quando uma criança sabe que  vai dormir a determinada hora,  já entra no “modo desligar” à medida que o horário se aproxima. A organização e as rotinas são um elemento fulcral para o bem estar de uma criança.A organização do seu espaço, ajuda-a a criar hábitos para que não se sinta destabilizada e assoberbada quando entrar para a escola. Ter uma secretária arrumada e com espaço para o material, nomeadamente as folhas, canetas, lápis, etc, é meio caminho andado para que a criança se habitua a trabalhar e a arrumar esse espaço, facilitando mais tarde a aquisição de hábitos de estudo.

Como trabalhar a organização?
Em primeiro lugar, através das rotinas de família. Ter a rotina de refeições e sonos bem definida é essencial para que a criança sinta necessidade de também ser organizada. Criar sistemas de caixas, por exemplo, para organizar os brinquedos, e insistir para que os arrume sempre após a brincadeira. Pode colar etiquetas com desenhos, ou nomes escritos: embora não saiba ler, a capacidade de uma criança decorar um nome é como decorar um símbolo. O mesmo em relação ao material escolar, quando acaba de pintar, arrumar os lápis para saber onde estão quando precisar deles.

Fonte:  Por Up To Lisbon Kids

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