Pai porque passas mais tempo longe que perto de mim?

Como se explica a duas crianças pequenas que o Pai não vive a maior parte do ano connosco por motivos profissionais???

Se acham que é fácil, não é!

À medida que vão crescendo vão surgindo mais perguntas e por vezes mais angústias.

Vivo distante do meu marido faz quase quatros anos, pois por decisão de ambos optamos, a curto espaço de tempo que teríamos de canalizar as nossas vidas para o bem dos nossos filhos. 
E assim tem sido ...

Sei o quanto ele sofre por não acompanhar a rotina dos filhos, pois a Internet aproxima e ajuda imenso mas não é a mesma coisa.

Os meus filhos fizeram um ataque de perguntas, comparações e até insinuações. Tive resposta (não sei como na verdade) para todas elas e por fim verifiquei que acalmaram!! Afinal, lá dentro havia uma grande confusão que mesmo com a explicação de um adulto, os pequenos pormenores e fantasias não ficaram todos destapados até ao ataque à mãe!!!

O importante é não mentir e nós mães mostrarmos sempre que estamos presentes para tudo.

O tempo foi passando ... fomos sempre explicando aos nossos filhos a realidade (claro que em linguagem adaptativa à faixa etária), mas desta vez a mais velha de cinco anos, após a ida do Pai, não quer falar ao telemóvel, nem Skype e nem gravar mensagens pelo WhatsApp. 

Sabem, acho que ela nos está a dar uma grande lição: quanto menos vê, menos sofre e vai seguindo a rotina dela que tanto adora. Quando o Pai regressar usufruir ao máximo da presença dele e dos mimos. 
Afinal vive o momento e depois acabou por aceitar esta realidade. 
Tem um padrão comportamental normal na escola, em casa e em família por isso não tenho e não devo valorizar esta situação que afinal quem temia era eu!

Ambos têm uma relação magnífica com o pai, pois acho que mesmo não sabendo, vão criando laços tão fortes no curto espaço de tempo que estão juntos que jamais se vão quebrar.

Afinal, quantos pais estão presentes, mas são "ausentes"?

Decidi partilhar um pouco deste assunto, pois conheço imensas mulheres/mães a passar pela mesma situação. Acima de tudo é necessário que o casal converse imenso, que exista confiança, compreensão, companheirismo e que ambos sigam o meu caminho delineado. 

Todos os dias são diferentes e o apoio incondicional de ambas as partes deve existir.

Se me perguntarem se eu acho que os meus filhos são felizes? Sim, sei que são. 

Mas também tenho plena consciência que quando estamos os quatro, são MUITO mais!

Na verdade é preciso não dramatizar e seguir em frente. Existem vidas bem mais complicadas e os valores que ensinamos aos nossos filhos são adquiridos pelo exemplo que têm em casa. 

Sei que vão ser crianças que vão saber viver o momento, valorizar as pessoas, valorizar o que têm. É por isso que luto todos os dias e não por fazer listas de brinquedos que eles tanto querem e que passado um dia já nem ligam a nada por terem tantos.

Fica aqui um pouco de uma mãe e mulher ... que acima de tudo ama a sua família.

Blue Eyes














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