As mães não são seres mágicos



Eu confesso.

Todos os dias, ao fim da tarde eu deixo os meus filhos verem televisão para que eu consiga preparar o jantar.

Salto algumas palavras, ok na verdade eu salto parágrafos, quando leio longos livros infantis.

Perco a paciência com os meus filhos diversas vezes durante a semana.
Todas as manhãs eu coloco a tetina 1 no biberão do meu filho para que ele mame devagar e me de tempo de tomar café.

Eu odeio lavar a louça.

Quando não temos legumes e estou com preguiça de ir ao mercado, ponho tomates picadinhos na comida para me sentir menos culpada.

Já cortei o dedo da minha filha a cortar-lhe as unhas.

Quando estamos no carro e o meu filho chora porque quer sair da cadeirinha, digo que acabou de passar um macaco na rua para o distrair. Ou um tigre, ou um leão, ou seja lá qual for o animal favorito daquela semana.

Eu chego atrasada a quase todos os jogos de futebol do meu pré-adolescente.

Os meus filhos já caíram e magoaram-se mesmo debaixo do meu nariz.

Já me esqueci de trocar a fralda do meu filho ao ponto do gel começar a vazar.

Eu não tomo nem perto de 2 litros de água por dia.

Nunca me lembro de comprar meias para minha caçula e até hoje usa as meias de recém nascido (está com quase 9 meses).

Eu já queimei a boca do meu filho porque não vi que a sopa estava muito quente.
Os meus filhos já ficaram dois dias sem tomar banho.

A minha sala está sempre uma bagunça. Quem é que eu quero enganar? A minha casa inteira (não é só a sala) está sempre uma bagunça.

E os meus filhos, como são meus filhos? Bom, eles são normais. Eles estão bem, e estão felizes.

Ser uma boa mãe não pode estar relacionado com o número de horas que brincas com os teus filhos. E não pode ser medido através da quantidade de glúten que os deixas ingerirem.

As mães não são seres mágicos. Nós somos reais. Perdemos a paciência e ficamos cansadas. Cansadas da rotina, cansadas de ter que cozinhar todo-santo-dia. Cansadas de encontrar roupa limpa no cesto de roupa suja. Sim, nós ficamos cansadas. Mas também temos ataques de alegrias e gritamos alto quando presenciamos os primeiros passos. Ou quando sem querer fazemos cocegas no bebé e arrancamos aquela gargalhada deliciosa.

Ser mãe é muito difícil, e infinitamente gratificante.

Eu confesso, não sou uma mãe perfeita. Não é que eu não queria ser uma pessoa melhor. Pelo contrário. Mas admitir que não se pode abraçar o mundo todo de uma vez, reconhecer os próprios erros, e ter um pouco de amor próprio, também é um grande aprendizado.

E tu, o que confessas?

Fonte: uptokids.pt

Blue Eyes

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